Demissão do Mancini no Grêmio
Confesso que não havia me empolgado muito com a contratação do Mancini para treinador do Grêmio. Achava o Mano melhor, com todas as suas limitações. Mas, embora jovem, o Vágner Mancini tem um bom currículo, haja vista a conquista da Copa do Brasil pelo Paulista de Jundiaí em 2005, vencendo o Fluminense do Abel Braga. Mantê-lo poderia inclusive reeditar o duelo dos dois treinadores em pleno campeonato gaúcho, 3 anos depois. Porém, mais importante do que isso, se trataria de uma aposta com maior probabilidade de êxito, uma vez que o Mancini já tem título significativo como treinador, enquanto que dos últimos 10 treinadores que o Grêmio teve, profissionais como Tite, Plein, Dario Pereira, Nestor Simionatto, Hugo de León e Adilson Batista (agora treinador do Cruzeiro), ou estavam em começo de carreira, ou não tinham vencido campeonatos relevantes. Destes, apenas o primeiro e o último tiveram algum êxito na carreira, com mais oportunidades em clubes de maior expressão.É interessante observar a manifestação de Pelaipe para justificar a mudança de treinador:
"— Nos reunimos ontem ao meio-dia, com o presidente Paulo Odone e o assessor da presidência Alfredo Oliveira, e chegamos à conclusão que deveríamos mudar o treinador. É uma posição difícil, vínhamos só de vitórias e dois empates. Se fôssemos oportunistas, poderíamos esperar uma derrota para depois fazer a mudança, mas achamos que aquele era o momento e que tínhamos que trazer uma pessoa com mais experiência. Nada contra o Vagner, que é uma excelente pessoa, um excelente profissional, mas nós entendemos que tínhamos que mudar e mudamos. Este é o ônus do dirigente, que tem que tomar esta dura decisão" (ZERO HORA, 15/02/2008).
Eis dois aspectos interessantes de ressaltar. O novo substituto de Mancini, o treinador Celso Roth, de fato, possui mais experiência. Porém, o título mais relevante que conquistou foi a Copa Sul de 1999 pelo Grêmio, fora alguns gauchões. Penso que Mancini possui uma carreira mais promissora.
O problema da tal "dura decisão" tomada é reflexo das decisões tomadas ao final do ano passado, em que o técnico e vários jogadores do time titular foram para outros times. A escolha de reformular o time e a comissão técnica coube aos dirigentes e o "ônus" desta decisão é igualmente destes.
Outra frase de Pelaipe sobre o desempenho do time: "O time está invicto, mas na nossa opinião não está produzindo o que poderia produzir". Ao contratar jogadores no meio do campeonato e exigir maior produção, creio que o dirigente parece carecer de noções de planejamento. Este time só poderá render mais daqui há uns 2 meses ou mais. Assim, penso que o campeonato gaúcho só será vencido pelo Grêmio por milagre, sorte ou erros drásticos dos adversários.
Pelaipe pode ter razão em sua justificativa de escolha de troca de treinador, mas o certo é que a contratação de Celso Roth não entusiasma, sendo passível de que sua terceira passagem seja um tanto breve. Espero que os dirigentes tenham mais razão do que eu.
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