terça-feira, maio 26, 2009

Vicky Cristina Barcelona e o Amor

Assisti a Vicky Cristina Barcelona, um dos últimos filmes de Woody Allen. Demorei pra ver, porque haviam me dito que não era um bom filme. Pra quem assistiu o Divã, cuja ex-namorada conseguiu até ser influenciada, entendo agora que o conceito de um bom filme é algo completamente metafórico e particular.

Pois Vicky..... é um filme muito bom. Não é o melhor de Woody Allen, mas é agradável, com os traços inegáveis do autor, bom enredo e final melancólico. No final das contas, me passou a seguinte mensagem: ansiamos pela felicidade, por nos encontrar no outro, mas esquecemos de nós mesmos. Por isso, nos moldamos na esperança de, assim, sermos felizes e termos estabilidade num relacionamento. Ledo engano. Somos insaciáveis, cansáveis, odiamos a rotina. Queremos dinâmica num mundo caótico. E o amor, como fica? Não fica, passa. Acontece por um tempo. Até que uma das partes se cansa, ou se “neurotiza”, e tudo se esvai pelos nossos dedos, como um copo de água que se esfacela em nossas mãos.

Tudo é incerto, vago, efêmero. Viver o momento. É o que resta. Dê o beijo, diga o que sente. Vá, saia, fique, fuja. Mas faça. Como diria Chico, “aja duas vezes antes de pensar”. É um bom conselho.

Queremos intensidade, afã, élan, movimento. A vida é uma dança. Às vezes, sem par. Caetano cantava: “ó bruta flor do querer”. Quantos quereres. Quantos condicionantes. Quanto clichê. Que chatice!!

Nesse meu texto errático, ilógico e sentimental, expresso meus ocultos sentimentos e desejos. Compartilho com estranhos e conhecidos. Amanhã já não serão os mesmos. Porque tudo se transforma, inclusive nós mesmos. Somos rios. Somos hotéis, cujos hóspedes têm uma estadia indefinida. Por vezes, queremos que eles fiquem um pouco mais. Por vezes, eles ficam mais do que deviam. Por vezes, são expulsos por nós. Por vezes, voltam. Mas os quartos do hotel têm que estar sempre limpos, bem cuidados, renovados, redecorados para o próximo hóspede. E assim vivemos.

E o que isso tem a ver com o filme? Talvez, para você, nada. Pra mim, tudo. Assista e reflita. Ou não.